domingo, 1 de abril de 2012

Helmet - Strap It On (1990)

 









O primeiro disco a ser "resenhado" no Flushings! Por sinal, a ponto de curiosidade, o nome deste ilustre blog foi inspirado num lado-B do Helmet com o mesmo título...

Embora esse álbum não seja o que levou a banda à fama mundial, ele merece muito respeito. Diferente da maioria das bandas que até então mandavam no heavy metal, o Helmet já se mostrava super original desde o princípio: são 9 faixas repletas de guitarras atonais, groove intenso, riffs matadores, vocais esgoelados de Page Hamilton; tudo com um jeito "avant-garde" que influenciou quase todas as bandas de metal dos anos 90 e a galera do Nu-metal mais à frente.


O disco começa já com a porradeira "Repetition", com um riff de tremer o telhado e uma bateria quebrando tudo! Page grita sobre temas esquisitos como parecer patético, oferta de sexo e uma garota que parece um garoto. Em seguida, "Rude" abre com John Stanier lançando uma batida groove, bem funkeada que dá prosseguimento a uma das músicas mais pesadas da banda, com direito a vocais beirando o gutural e um riff que influenciaria gente como RATM e Korn.


A soturna e sombria "Sinatra" virou um cult dos caras que não foi à toa. A faixa faz parecer que você está andando num local escuro, sinistro e cheio de árvores. Mas o que chama a atenção é quando as guitarras ficam em uma espécie de mantra, dando um tom mais fantasmagórico. Um dos melhores momentos do Helmet.

A quinta faixa, "FBLA" (sigla para Future Business Leader of America), mostra que os rapazes queriam é fazer barulho e do bom! Com John mostrando todo o talento de um grande baterista, Hamilton logo no início dá um berro, que está mais para um esporro, que precede uma boa porrada! As guitarras atonais finalizam em grande estilo.


Agora, se tem duas faixas que merecem total crédito neste disco são "Blacktop" e "Distracted". Ambas as canções inauguram, pode-se dizer assim, um novo jeito de fazer refrões no heavy metal. O papel de Stanier é crucial, porque se não fosse pela sua pegada funk-groove porrada, provavelmente o efeito "levanta-estádio" não existiria. Sem falar também pelos riffs das faixas que fazem qualquer um bater cabeça. Se o termo "groove-metal" é válido, então aqui ele se faz.


"Make Room" tem um riff dissonante e simples, mas de fazer você ficar encantado. É pesado, distorcido e bonito. Esse foi um dos acordes que seriam exaustivamente executados por bandas de nu-metal.


O quê dizer à respeito de "Murder"? Deve ser a música mais barulhenta que o Helmet já fez em toda sua carreira e uma das mais destruidoras que o mundo do Metal já ouviu. Nada de solos mega rápidos, nada de pedal duplo metralhando e outras técnicas, é o mais puro "noise-metal" imperando! O som ficam tão distorcido que por horas lembra uma serralheria. A influência de bandas como Sonic Youth, Flip e Big Black causaram uma boa inspiração para o Helmet. Nessa faixa, eles levam tudo ao extremo, a ponto de passarem um esmeril na guitarra! Essa sim é uma ótima maneira de fechar um disco com chave de ouro e de estreiar na música.

2 comentários:

  1. Muito bacana! Mostra que você entende mesmo do assunto e por isso fala com propriedade!

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    1. O cara mandou bem no texto, Helmet é sem palavras!

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